Conversei com algumas pessoas no local onde eu vivo e estas me relataram como era a educação na
época deles,senhor Genoino Figueiro Rodrigues,hoje com 86 anos relatou que ele frequentou escola
por dois anos e aprendeu quatro livros como era chamado na época e que a professora era
leiga,quando ele terminou o quarto livro a professora chamou seu pai e disse que não tinha mais o
que ensinar pois era tudo o que ela já sabia,e não poderia ira além,ele parou de estudar,pois já sabia
ler,escrever e cuba(que significava fazer contas)e é tudo que ele sabe até hoje. Depois deste relato
ele relatou-me como era para os filhos dele estudar,veio uma professora e ele colocou os dois juntos
na escola o menino e a menina,já de começo a professora separou os dois e a menina chorava muito
pois não queria ficar sentada com outro menino estranho e daí ele foi até a escola para dizer a
professora que tinha que colocar os dois juntos,que quem mandava nos filhos dele era ele,e os filhos
aprenderam a ler,escrever e fazer contas,sendo que para o menino ele aprendeu mais e usou mais na
vida pois trabalha fora.
A senhora Maria Geneci Rodrigues de Freitas me relatou que ia a escola a pé com seu irmão,mas
que chorou muito quando a professora colocou ela separada dele pois colocaram ela com outro
menino na mesma classe e menina naquela época não ficava perto de outro menino a não ser que
fosse irmão,e que ia batendo tamanquinho estrada fora nas pedras. Quando os filhos da dona Geneci
começaram a estudar iam também a pé a escola ou de bicicleta,mas não tinha transporte que nem
hoje .Meu marido Enio da Silveira Molinelli hoje com 51 anos estudou a escola ficava longe de
casa,tinha que ir a pé,na sala de aula tinha uns trinta alunos e eles sentavam-se de três pois as
carteiras como chamavam eram poucas a professora dava aula para quatro séries juntas e eles
tinham bastante dificuldade,a própria professora limpava a sala e fazia merenda,os alunos
ajudavam,inclusive levavam algo de casa muitas vezes par o preparo da merenda. Loeci Borges
relatou-me que ela não frequentou escola porque não tinha na época e os irmãos mais novos
frequentaram quem ensinou ela a ler foi seu pai que havia estudado em internato,ele terminava os
trabalhos diários e a noite com vela acessa ao lado da cama ele lhe ensinava,daí ele acabava
dormindo e ela chorava,e matemática ele não ensinou,o resto ela aprendeu com a vida,relatou-me
que tinha rádio carregado a bateria que era carregada a cata-vento,e que seu pai recebia Jornal do
Povo porque tinha assinatura e o mesmo era entregue nos dias que tinha o ônibus,se precisavam
falar com alguém mandavam bilhete ou se era urgente alguém ia dar o recado pessoalmente. Há
quarenta anos atras lá não havia energia elétrica,então não tinham televisão,telefone e nada dos
meios de comunicação de hoje em dia,hoje todos tem televisão com parabólica que a uns trinta anos
quem tinha era a bateria,quando alguém que estava no meio urbano para o meio rural mandava
pelas comunicações do dia programa de uma rádio local,programa que existe até os dias atuais.
Hoje em dia para estudar as crianças tem transporte pago pela prefeitura,aluno que não vai a escola
por muitos dias conselho tutelar vai até a casa para ver o que está acontecendo e manda pra aula,no
passado o aluno respeitava muito o professor e hoje em dia não,as professoras são formadas e não
leigas,e o mimeografo esta abandonado,usando xerox,as pesquisas são feitas a internet e todos
quase todos estudam mais. Na comunicação praticamente todos tem celular,internet tem acesso na
escola mas é restrito,e tem as escolas polo que atende toda a região. Na opinião de todos os
entrevistados esta muito melhor mas o aluno não valoriza e isto que está faltando.